quarta-feira, 11 de setembro de 2013

E você se sente simplesmente cansado e exaurido. Exausto mesmo. E nada é capaz de “animar os ânimos” ou te dar uma boa perspectiva das coisas.

E você se arrasta pelos lugares, indiferente, tentando apenas preencher aquele vazio enorme. E aquilo te sufoca e você se sente sozinho. E você se cansa e se cansa e se cansa... tudo tão cansativo e nauseante. 

E o nó na garganta e as mãos trêmulas e o coração pesando tão horrivelmente. E você tenta e tenta e tenta achar uma solução, mas o desespero cresce exponencialmente. E as lágrimas vêm aos borbotões, vergonhosas. Sujas. Angustiadas. E elas não cessam e o vazio permanece e as horas voam. 

O tempo corre cruel, zombeteiro. E você tenta mudar, tenta crescer. Apenas tenta. E chora e sofre e se desespera. E a comida não tem gosto, a bebida já não causa prazer, o sono não tem sonhos. Apenas o vazio. E você olha e não enxerga, pensa e não sente, chora e não vive. Você sobrevive e se agarra à cada ínfima esperança de mudar. Mas você não muda. Você apenas resiste debilmente. E o corpo definha, a alma rasteja e o coração sangra. Tão débil e pobre e fraco. E você quer apenas se confortar com as sombras e o silêncio e a auto-piedade. E você... apenas suspira, pesaroso, vazio. As agonias e as dores e o medo... nada parece fazer sentido. 

Você se esgueira pelos cantos e quer apenas que tudo acabe. E a garganta aperta e as pálpebras ardem e os ombros se sacodem. As lágrimas não melhoram nada. Você continua se sentindo pequeno e inútil. E tão, tão sozinho... e não há nada, nada que te ajude a melhorar. São apenas ilusões.

(da série "coisa aleatórias escritas há anos e que não lembrava de ter feito")