domingo, 14 de dezembro de 2014

HQ: Priya's Shakti



Já tinha visto por alto, rolando nas internerds, comentários sobre a HQ Priya's Shakti, mas até então não fui atrás de mais detalhes. Até que hoje li uma matéria sobre o assunto e fiquei muito interessada.

Priya's Shakti é uma HQ sobre uma garota indiana que, após sofrer um estupro coletivo brutal e ser banida pela família, ganha poderes da deusa do amor e fertilidade Parvati, que se compadece da situação da garota e resolve fazer algo em relação ao patriarcado e machismo que afeta tantas mulheres, encarnando no corpo da garota violada.

A iniciativa teve como inspiração o caso do estupro coletivo na Índia, em que uma garota fora atacada dentro de um ônibus, violentada e espancada por seus agressores.

O mais legal de toda a iniciativa desta HQ é que ela pode ser adquirida gratuitamente no seu website., sendo de fácil acesso a quem tiver interesse. Já baixei para o meu PC (em formato ePub, olha que bacana!) e vou ler muito em breve - e vou deixar comentários sobre a minha leitura aqui no blog.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

#Music Monday: Shake it off, Taylor Swift



É segunda, tá um calor do capiroto e estamos passando por reforma aqui em casa (cimento everywhere!). Portanto, tô precisada de uma música chiclete animadinha para sobreviver - confesso que adoro o clipe, me deixa!

E ainda me espanto em estar escutando Taylor Swift.


domingo, 19 de outubro de 2014

10 músicas que me deixam feliz

Eu sei, normalmente posto o Listas Aleatórias na minha coluna quinzenal no blog Vintecinco Devaneios, mas como a ideia pra essa lista é bem pessoal, resolvi postar aqui como um exercício para fechar bem o domingo e começar a semana com uma boa vibe.

Confesso que a maioria das músicas fui encontrando conforme fucei a minha pasta de músicas, então não é nada com uma ordem lógica. Aliás, a lógica passou longe aqui. :D

1- She's a rainbow - The Rolling Stones



2- Come on Eileen - Dexy's Midnight Runners



3- Golden Years - David Bowie



4- New Soul - Yael Naim



5- Venus - Bananarama



6- Friday I'm in Love - The Cure




7- With a little help from my friends - The Beatles


8- O Vira - Secos e Molhados



9- Don't stop me now - Queen





10- The dog days are over - Florence and the Machine




PS: TÃO difícil encontrar músicas felizes, seria infinitamente mais fácil encontrar músicas depressivas no meu acervo. Mas divago.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

domingo, 5 de outubro de 2014

#Aquisições Literárias (Setembro)

Faz um bocado de tempo que não posto as minhas aquisições literárias aqui  por motivos de preguiça, no máximo tenho postado fotos no meu instagram. Comprei um bocado de coisa nos últimos meses, mas meio que perdi um pouco a conta do que fui adquirindo, por isso só vou deixar aqui as compras do último mês:

Os Diários de Bluebell - A vida depois de Iris, da Natasha Farrant
Participei de um evento da Martins Fontes no qual a autora esteve presente, falando das suas obras e sobre literatura infanto-juvenil. Fiquei bem interessada pelo enredo do livro; então, aproveitando que ela estava lá, comprei o livro e consegui o autógrafo.




World Without End, Ken Follett
Este livro é uma espécie de continuação de "Os Pilares da Terra". Como comprei a minha edição do primeiro livro em inglês, também queria que a continuação fosse em inglês, para ter tudo combinando. E nunca que achava o World Without End com facilidade. Daí que um dia, na Saraiva, quando menos espero, acabo encontrando o livro. Coloquei embaixo do braço na hora e agora sou uma pessoa mais feliz:



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Resenha: As Vinhas da Ira, John Steinbeck



Sinopse: As Vinhas da Ira é um romance sobre a dignidade humana em condições desesperadas. Entre 1930 e 1939, as grandes planícies do Texas e do Oklahoma foram assoladas por centenas de tempestades de poeira que causaram um desastre ecológico sem precedentes, agravaram os efeitos da Grande Depressão, deixaram cerca de meio milhão de americanos sem casa, e provocaram o êxodo de muitos deles para Oeste, nomeadamente para a Califórnia, em busca de trabalho. Quando os Joad perdem a quinta de que eram rendeiros no Oklahoma, juntam-se a milhares de outros que ao longo das estradas se dirigem para Oeste, no sonho de conseguirem uma terra que possam considerar sua. E noite após noite, eles e os seus companheiros de desdita reinventam toda uma sociedade: escolhem-se líderes, redefinem-se códigos implícitos de generosidade, irrompem acessos de violência, de desejo brutal, de raiva assassina. Este romance que é universalmente considerado a obra-prima de John Steinbeck é o retrato épico do desapiedado conflito entre os poderosos e aqueles que nada têm, do modo como um homem pode reagir à injustiça, e também da força tranquila e estóica de uma mulher. As Vinhas da Ira é um marco da literatura norte-americana. (Fonte: Skoob)

"As Vinhas da Ira" era um livro que eu tinha muita vontade de ler, principalmente por ter ficado tão comovida com a leitura de "A Pérola", também do John Steinbeck, na época da faculdade. Comprei uma edição de bolso com um preço fazível na última Bienal do Livro de São Paulo e achei que era um bom jeito de começar a minha lista de leituras "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial", da revista Bravo.

E, por Deus, não houve jeito melhor de abrir os trabalhos!

Mas falar de "As Vinhas da Ira" é tão difícil, são tantos sentimentos provocados e dolorosamente sentidos durante a sua leitura!

Steinbeck nos apresenta a família Joad aos poucos e aos poucos vamos nos deixando cativar por seus membros e dramas pessoais, pessoas simples unidas por um único objetivo: fugir de Oklahoma, onde já não há mais trabalho para os camponeses, e chegar à Califórnia, tendo a esperança de viver uma vida decente através do trabalho. A Depressão de 29 atingiu não só as pessoas nas cidades, mas também os trabalhadores no campo, que se viram desprovidos da terra – quase uma extensão sua – e também da sua dignidade.

O clima, um antagonista cruel, aliado ao "progresso" trazido pelas máquinas que tomaram o emprego de tantos homens e mulheres, é uma presença constante. Seja no calor e tempo seco inclementes, seja nos temporais quase bíblicos que fustigam os Joad. Nada parece contribuir para aliviar as agruras de um povo já tão maltratado.

Mas se há esse desalento trazido pelas adversidades, também há humanidade e solidariedade. Pessoas que se unem para que haja conforto e um pouco de decência, para que a vida seja um pouco mais que apenas sobrevivência. E durante toda a leitura há paralelos entre fartura e escassez, esperança e desespero, pecado e redenção. A narrativa de Steinbeck tem tantas passagens belas, de uma poesia crua e realista, mas comovente ao extremo.

"E à noite acontecia uma coisa estranha: as vinte famílias tornavam-se uma só família, os filhos de uma eram filhos de todas. A perda de um lar tornava-se uma perda coletiva, e o sonho dourado do Oeste, um sonho coletivo."

Inevitavelmente, não pude deixar de me lembrar de "Vidas Secas". Se Graciliano Ramos mostra a desumanização de seus personagens ao fugirem da seca, Steinbeck nos mostra a luta feroz desses personagens em manterem a sua humanidade. Nisso, preciso destacar o quanto a presença da Mãe Joad é fundamental para tal. A personagem que não tem nome, mas que assume em si com toda a propriedade o título de Mãe. Com letra maiúscula sim, sem a menor dúvida. É ela que tenta manter a família unida, pois sabe que só através dessa união eles podem sobreviver; é ela que ainda tenta manter uma rotina de normalidade, mesmo quando tudo parece desmoronar ao seu redor; é ela que busca dar conforto aos seus, que sustenta e dá força a todos.

"Para a mulher, tudo corre sem parar, que nem um rio, cheio de redemoinhos e cascatas, mas correndo sem parar. É assim que a mulher encara a vida. A gente não morre, a gente continua... muda, talvez, um pouco, mas continua sempre firme."

No mais, é um livro que recomendo muito. Pela sua estória e história, pela delicadeza e sensibilidade em tantos momentos, pela crueza e sinceridade em tantos outros, e por tantos personagens admiráveis. Steinbeck já se tornou um dos meus autores favoritos e foi com certa tristeza que terminei de ler a saga dos Joad.

Este livro faz parte da lista da revista Bravo com os "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial". É só clicar na imagem abaixo para saber mais:


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Desafio Bravo: Os 100 Livros Essenciais da Literatura Mundial



Conforme comentado na parte 1 deste post, estou fazendo parte do Desafio da revista Bravo, que publicou também uma lista com os "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial":


1. Ilíada, de Homero
2. Odisseia, de Homero
3. Hamlet, de William Shakespeare
4. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes
5. A Divina Comédia, de Dante Alighieri
6. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
7. Ulisses, de James Joyce
8. Guerra e Paz, de Leon Tosltói
9. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
10. Os Ensaios, de Michel de Montaigne
11. Édipo Rei, de Sófocles
12. Otelo, de William Shakespeare
13. Madame Bovary, de Gustave Flaubert
14. Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe
15. O Processo, de Franz Kafka
16. Doutor Fausto, de Thomas Mann
17. As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
18. O Som e a Fúria, de William Faulkner
19. A Terra Desolada, de T. S. Eliot
20. Teogonia, de Hesíodo
21. Metamorfoses, de Ovídio
22. O Vermelho e o Negro, de Stendhal
23. O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald
24. Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud
25. Os Miseráveis, de Victor Hugo
26. O Estrangeiro, de Albert Camus
27. Medeia, de Eurípides
28. Eneida, de Virgílio
29. Noite de Reis, de William Shakespeare
30. Adeus às Armas, de Ernest Hemingway
31. O Coração das Trevas, de Joseph Conrad
32. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
33. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
34. Moby Dick, de Herman Melville
35. Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
36. A Comédia Humana, de Honoré de Balzac
37. Grandes Esperanças, de Charles Dickens
38. O Homem sem Qualidades, de Robert Musil
39. As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
40. Finnegans Wake, de James Joyce
41. Os Lusíadas, de Luís de Camões
42. Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas
43. Retrato de uma Senhora, de Henry James
44. Decamerão, de Giovanni Boccaccio
45. Esperando Godot, de Samuel Beckett
46. 1984, de George Orwell
47. A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
48. Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont
49. A Tarde de um Fauno, de Stéphane Mallarmé
50. Lolita, de Vladimir Nabokov
51. Tartufo, de Molière
52. As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
53. O Livro das Mil e Uma Noites
54. O Burlador de Sevilha, de Tirso de Molina
55. Mensagem, de Fernando Pessoa
56. Paraíso Perdido, de John Milton
57. Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
58. Os Moedeiros Falsos, de André Gide
59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
60. O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
61. Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello
62. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
63. A Náusea, de Jean-Paul Sartre
64. A Consciência de Zeno, de Italo Svevo
65. Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene Gladstone O’Neill
66. A Condição Humana, de André Malraux
67. Os Cantos, de Ezra Pund
68. Canções da Inocência-Canções da Experiência, de William Blake
69. Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams
70. Ficções, de Jorge Luis Borges
71. O Rinoceronte, de Eugène Ionesco
72. A Morte de Virgílio, de Hermann Broch
73. Folhas de Relva, de Walt Whitman
74. O Deseros dos Tártaros, de Dino Buzzati
75. Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
76. Viagem ao Fim da Noite, de Louis-Ferdinand Céline
77. A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós
78. O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar
79. As Vinhas da Ira, de John Steinbeck - Resenha
80. Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
81. O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger
82. As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
83. Contos - Hans Christian Andersen
84. O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa
85. A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, de Laurence Sterne
86. Uma Passagem para a Índia, de Edward Morgan Forster
87. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
88. Trópico de Câncer, de Henry Miller
89. Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev
90. O Náufrago, de Thomas Bernhard
91. A Epopeia de Gilgamesh
92. O Mahabharata
93. As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino
94. Oh The Road, de Jack Kerouac
95. O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
96. O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
97. Reparação, de Ian McEwan
98. Desonra, de J. M. Coetzee
99. As Irmãs Makioka, de Junichiro Tanizaki
100. Pedro Páramo, de Juan Rulfo


Já fiz a minha primeira leitura programada para este desafio e, nesta semana ainda, já teremos resenha dele aqui no Solilóquio. Alguns livros da lista acima já foram lidos por mim, mas provavelmente vou acabar relendo para postar a resenha aqui.

Faça parte você também e que tenhamos fôlego pra tanta leitura. Amém! :D

Ps: O post da Dani pode ser visto aqui.

Desafio Bravo: Os 100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira



Como parte da minha tentativa de me empolgar com a vida de blogueira (gente, tô saindo do armário e me assumindo blogueira, vejam só!), resolvi participar também, depois de um convite nada insistente da Dani (Vintecinco Devaneios), do Desafio da revista Bravo, que contém uma lista com os "100 Livros Essenciais da Literatura Brasileira":


  1. Adélia Prado: Bagagem 
  2. Aluísio Azevedo: O Cortiço 
  3. Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos 
  4. Álvares de Azevedo: Noite na Taverna 
  5. Antonio Callado: Quarup 
  6. Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda 
  7. Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino 
  8. Augusto de Campos: Viva Vaia 
  9. Augusto dos Anjos: Eu 
  10. Autran Dourado: Ópera dos Mortos 
  11. Basílio da Gama: O Uraguai 
  12. Bernando Élis: O Tronco 
  13. Bernando Guimarães: A Escrava Isaura 
  14. Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados 
  15. Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
  16. Carlos Drummond de Andrade: Claro Enigma 
  17. Castro Alves: Os Escravos
  18. Castro Alves: Espumas Flutuantes 
  19. Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
  20. Cecília Meireles: Mar Absoluto 
  21. Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.
  22. Clarice Lispector: Laços de Família 
  23. Cruz e Souza: Broquéis 
  24. Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba 
  25. Dias Gomes: O Pagador de Promessas 
  26. Dyonélio Machado: Os Ratos 
  27. Erico Verissimo: O Tempo e o Vento 
  28. Euclides da Cunha: Os Sertões 
  29. Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro? 
  30. Fernando Sabino: O Encontro Marcado 
  31. Ferreira Gullar: Poema Sujo 
  32. Gonçalves Dias: I-Juca Pirama 
  33. Graça Aranha: Canaã 
  34. Graciliano Ramos: Vidas Secas
  35. Graciliano Ramos: São Bernardo 
  36. Gregório de Matos: Obra Poética
  37. Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
  38. Guimarães Rosa: Sagarana 
  39. Haroldo de Campos: Galáxias 
  40. Hilda Hilst: A Obscena Senhora D 
  41. Ignágio de Loyola Brandão: Zero 
  42. João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço 
  43. João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina 
  44. João do Rio: A Alma Encantadora das Ruas 
  45. João Gilberto Noll: Harmada 
  46. João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos 
  47. João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro 
  48. Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha 
  49. Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
  50. Jorge Amado: Terras do Sem Fim 
  51. Jorge de Lima: Invenção de Orfeu 
  52. José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen 
  53. José de Alencar: O Guarani
  54. José de Alencar: Lucíola 
  55. José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto 
  56. José Lins do Rego: Fogo Morto 
  57. Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma 
  58. Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada 
  59. Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé 
  60. Luiz Vilela: Tremor de Terra 
  61. Lygia Fagundes Telles: As Meninas
  62. Lygia Fagundes Telles: Seminário dos Ratos 
  63. Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas
  64. Machado de Assis: Dom Casmurro 
  65. Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias 
  66. Manuel Bandeira: Libertinagem 
  67. Manuel Bandeira: Estrela da Manhã 
  68. Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre 
  69. Mário de Andrade: Macunaíma; 
  70. Mário de Andrade: Paulicéia Desvairada 
  71. Mário Faustino: o Homem e Sua Hora 
  72. Mário Quintana: Nova Antologia Poética 
  73. Marques Rebelo: A Estrela Sobe 
  74. Menotti Del Picchia: Juca Mulato 
  75. Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo 
  76. Murilo Mendes: As Metamorfoses 
  77. Murilo Rubião: O Ex-Mágico 
  78. Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva
  79. Nelson Rodrigues: A Vida Como Ela É 
  80. Olavo Bilac: Poesias 
  81. Osman Lins: Avalovara 
  82. Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande
  83. Oswald de Andrade: Memórias Sentimentais de João Miramar 
  84. Otto Lara Resende: O Braço Direito 
  85. Padre Antônio Vieira: Sermões 
  86. Paulo Leminski: Catatau 
  87. Pedro Nava: Baú de Ossos 
  88. Plínio Marcos: Navalha de Carne 
  89. Rachel de Queiroz: O Quinze 
  90. Raduan Nassar: Lavoura Arcaica 
  91. Raduan Nassar: Um Copo de Cólera
  92. Raul Pompéia: O Ateneu 
  93. Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas 
  94. Rubem Fonseca: A Coleira do Cão 
  95. Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson 
  96. Stanislaw Ponte Preta: Febeapá 
  97. Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu
  98. Tomás Antônio Gonzaga: Cartas Chilenas 
  99. Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética 
  100. Visconde de Taunay: Inocência



Alguns dos livros acima eu já li, mas vou reler para poder colocar a resenha direitinho aqui no Solóquios - mesmo aqueles que sei não ser muito fã (mancada ter "O Guarani" nessa lista, viu!). A revista Bravo também publicou uma lista com os "100 Livros Essenciais da Literatura Mundial", e que vai ser a parte 2 deste post. Aguardem.

O desafio foi visto originalmente pela Dani no vlog da Tatiana Feltrin, que pode ser conferido aqui.

Faça parte você também e que tenhamos fôlego pra tanta leitura. Amém! :D

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

#Projeto Cronológico: Jane Austen



Aloha, my friends!

O blog anda parado e eu estava desanimada demais nos últimos tempos. Mas depois da última Bienal do Livro em SP voltei carregada de livros (e projetos) novos, então resolvi aderir a uma série de novos desafios a serem postados aqui. Aguardem!

O Projeto Cronológico foi criado pela Dani (do blog Vintecinco Devaneios) e consiste em se escolher determinado autor e ler todas as suas obras ou uma determinada série em ordem cronológica. Demorei mais de um ano para me decidir (tantas opções, meudeus!), mas acabei optando pelos romances de Jane Austen, uma autora que gosto muito - e assim aproveito para ler as obras desconhecidas e reler as já conhecidas:

  • Sense and Sensibility (1811) 
  • Pride and Prejudice (1813) 
  • Mansfield Park (1814) 
  • Emma (1815) 
  • Northanger Abbey (1818) 
  • Persuasion (1818) 
Pensei em seguir a obra completa da autora, mas há vários textos incompletos e obscuros, que não sei se conseguiria encontrar facilmente, por isso preferi optar pelos romances. E o projeto não exige nada muito rígido, então vai ser algo legal de se participar.

Faça parte você também, colega bookworm!

Editado: O post da Dani pode ser encontrado aqui!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

#MusicMonday: Falling Slowly ("Once" Soundtrack)



Uma das melhores coisas que me aconteceu nos últimos tempos foi a indicação do musical "Once - Apenas uma vez". O filme/musical em si não tem nada de extraordinário: um músico de rua conhece uma mocinha e é basicamente o relacionamento entre os dois, suas vidas e a música. E é lindo e doce e fofo ao extremo. Ponto. Fiquei apaixonada pela trilha sonora (e pelo sotaque amor de todo mundo - irlandeses pra todos os lados!) de tal maneira, que passei o final de semana todo ouvindo. Tem uma pegada meio Mumford and Sons (que amo tanto!) e me deixa calma e relaxada demais. Super recomendado!

sábado, 16 de agosto de 2014

Inconsequência



I - Ele soube que seria assim, logo no princípio.

Uma loucura.

Porque era insano pensar que logo no primeiro olhar as coisas mudariam tão repentina e drasticamente em sua vida.

Diziam que era o tal Amor, que finalmente o fisgara com suas garras inexpugnáveis, mas ele julgava ser apenas uma ilusão, algo que não duraria mais que uma estação. Volúvel - foi o que ele considerou ser.

Poderia dizer que fora o jeito espontâneo que o cativara, ou o sorriso carismático, como quem carrega em si toda a vida e liberdade do mundo. Não sabia dizer, pois também havia os olhos, fossem as íris azuis ou negras ou cor de mel. Não, os olhares é que eram luminosos. Doces e apimentados, algo de sensual e descontraído, como quem não tem a intenção de seduzir.

Era obsessão.

Tal qual um mortal dedica à dona de seus amores.


II - Ele soube que seria assim, logo no princípio.

Inevitável.

A eterna e ancestral atração. Tão poderosa quanto o mais primitivo desejo, algo que ia além do seu poder de resistência tão logo provara do seu beijo pela primeira vez.

E ele descobriu que estava perdido.

Oh, tão completa e deliciosamente perdido...

E sabia ser o responsável por aquilo porque ele era o malvado lobo que, com sua voz rouca e macia, a conquistou, a seduziu, a arrebatou. Fora ele que, como o lobo que compartilhava de sua alma solitária, a vigiou com seu olhar penetrante, pois não sabia como resistir àquela fascinação.

Estava se entregando.

Porque há coisas que nascem para ser assim. Por toda a vida. Até a morte. Porque amar é morrer um pouco por dia e somente renascer em virtude da reciprocidade desse amor. Era, sim, uma loucura, mas existe algo que seja assim, absolutamente racional?

Irracional, era assim que ele se sentia. Tão perigoso quanto o lobo que espreitava por detrás de seus olhos ambarinos.

Desesperado.

Que fosse!

Novamente, era aquele instinto tão forte e arraigado e passional turvando-lhe a racionalidade. Ele a desejava. Mais que tudo. E, oh céus... era retribuído neste sentimento, nos sorrisos, nos olhares... e ele, que se achava o caçador, quedou-se mudo em espanto e entrega: fora subjugado pela intrépida ninfa de olhos brilhantes e sorrisos matreiros e risada fácil.


III - Ele soube que seria assim, logo no princípio.

Delírio.

No quarto decrépito, apenas a luz incerta de uma chama iluminava o aposento. Luz suficiente para ele ter a plena visão do que se negara a admitir ser o objeto de seu amor.

Os dedos, incertos a princípio, percorriam cada detalhe do corpo amado e arrancavam gemidos e suspiros e promessas: ela era sua, sempre o seria, até a morte.

E ele morria mais um pouquinho por dentro e se entregava com o mesmo furor que um guerreiro ante a sua última batalha.

Os lábios deslizavam pela pele macia e perfumada, cheiro de frutas doces, degustando aquela especiaria.

Como se fosse a primeira e última vez. Porque seria sempre assim, com a impetuosidade de uma tempestade de verão. Breve e refrescante, carregando em si o poder da transformação.

Inconsequência - era o que uma voz insistente teimava em lhe dizer, bem lá no recanto mais obscuro de sua mente.

Sim, ele o sabia, tinha consciência que a sua paixão condenaria a ambos tão implacavelmente quanto uma maldição de morte.

Era letal.

Porque quanto mais ele a amava, mais ele morria por dentro e necessitava do amor dela para renascer outra vez.


IV - Ele soube que seria assim, logo no princípio.

Verdadeiro.

Tão breve e intenso e impetuoso quanto uma tempestade de verão. Com seus aromas de doces frutas e suas constantes oscilações e sua desesperada vontade de ser feliz.

Era fatal.

E, no momento derradeiro, veio a certeza de que a sua inconsequência condenara a ambos. Por toda a eternidade.

Porque ela prometera ser sua até a morte e para além dela.

E foi assim que aconteceu.



(Estou me apropriando descaradamente das coisas da Morgana. Eu sei, é feio, mas ainda gosto muito deste texto, que recebeu uma pequena reformulação do original. Ideias estão começando a vir. Ainda tímidas, ainda vagas, mas estão vindo. Vem, Morgana, vem!)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Resenha: O Chamado do Cuco, Robert Galbraith


Sinopse: Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso.

Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega.

Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P.D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios. (Fonte: Skoob)


Adoro romance policial. Gosto da atmosfera, o construir de possibilidades e seguir as pistas junto com o próprio detetive da história. Sou apaixonada mesmo, embora não tenha lido tanto quanto gostaria. Quando soube que a Rowling, sob o pseudônimo de Robert Galbraith, escreveu um romance policial, tive lá os meus receios - ainda é difícil não associá-la ao universo potteriano, principalmente por ter recebido críticas divididas em relação ao seu primeiro romance "adulto", Morte Súbita. 

Mas fui seduzida pela narrativa de O Chamado do Cuco logo nas primeiras páginas. 

O enredo não tem nada de mirabolante: a modelo Lula Landry cai da sua sacada e o irmão adotivo dela não acredita ser um suicídio, mas que alguém a assassinou. Contra as certezas de todos próximos a Lula, John, o irmão adotivo, contrata os serviços de Cormoran Strike, um veterano de guerra com um passado (e presente) conturbado, que acaba encontrando na secretária temporária Robin a sua contraparte, que consegue enxergar coisas que ele não vê e improvisar maravilhosamente bem.

E foi aí que me apaixonei de vez pelo livro, porque a construção de todos os personagens é fantástica. Cormoran tem uma complexidade única e, como todo bom detetive, tem um código de ética que lhe é muito próprio. O seu modo sistemático de investigação é interessante, pois muitas vezes ele deixa as coisas fluírem de certo modo que as informações acabam lhe sendo entregues. Já Robin tem todo um maravilhamento pelo trabalho do detetive, mas agindo quase como o anjo da guarda dele na maior parte do tempo. Simplesmente adorei os dois.

Conforme embarcamos no universo de Lula, descobrimos mais sobre o seu passado e o seu relacionamento complicado com as pessoas que a cercavam. Há uma atmosfera sufocante por conta da constante perseguição dos paparazzi, a preocupação com a imagem a ser transmitida e com o status a ser mantido, de um jeito ou de outro, por cada um dos personagens. E Londres é o cenário perfeito para essa história, com seu clima cinzento e pesado.

Como disse, o enredo em si é até bem simples. Contudo, a graça toda é desconfiar de tudo e de todos, tentar enxergar pistas e detalhes em cada cena, cada diálogo, e interpretar as intenções de cada figura que vai sendo apresentada. Formulei um sem número de teorias durante a leitura, mas que se provaram completamente erradas quando o mistério todo é solucionado. E que fez o meu queixo cair, porque me surpreendeu um bocado.

Fiquei agradavelmente surpresa com este primeiro livro de Robert Galbraith (vulgo J.K. Rowling). Sei que outros virão e com certeza vou acompanhar mais a dupla Cormoran e Robin.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

#Music Monday: Space Oddity, David Bowie


"Planet Earth is blue and there's nothing I can do"

Fiquei ouvindo essa música repetidamente hoje e adoro o trocadilho feito com a palavra blue aqui. É Bowie, minha gente!

domingo, 4 de maio de 2014

(Ins)(Ex)piração


A primeira vez em que ouvi falar da expressão "hiato criativo", fiquei toda confusa, querendo entender o que diabos um encontro vocálico tinha a ver com a malfadada falta de inspiração. Só depois de um tempo fui saber o seu significado, mas compreender em sua totalidade foi outra história.

Ou não.

Porque, no caso, foi justamente a falta de história o que ocasionou o meu primeiro "bloqueio". Ah, palavras conhecidas e estranhas para traduzirem o que aquela sensação de vazio e estufamento e excesso de ideias e falta de meios e maneiras...

Ok, estou sendo confusa e prolixa.

Sabem aquela sensação de fome, quando o seu estômago acaba doendo tanto que o apetite desaparece? Ou então quando você chega em casa muito cansado, depois de ter enfrentado um dia atribulado no trabalho, mais horas intermináveis estudando coisas que você sabe que vai esquecer assim que fizer a famigerada prova final, e ainda ter suportado mais algum tempo no ônibus lotado, mas ainda assim, quando chega o bendito momento de descanso, você simplesmente não consegue dormir por estar exausto demais?

Como dois pólos positivos que se repelem, duas vontades igualmente latentes que deixam a nossa pobre mente totalmente atribulada.

Pensei em escrever sobre a falta de sensibilidade humana, ou sobre crianças, flores e brincadeiras de roda. Tracei roteiros para viagens fantásticas a universos além do infinito, procurando rotas que me levassem para as mais inimagináveis fantasias. Sonhei com diálogos profundos e complexos, quando pessoas distintas e complementares acabam por encontrarem a chave para o extraordinário. Também pensei em escrever sobre amores irreais, quando amantes prometidos descobrem que o destino não era tão inexorável assim e que paixões são eternas até o momento em que a rotina mostra que outras coisas importam mais em um relacionamento.

Ideias, planos, roteiros - os mais mirabolantes e fantasiosos, sem dúvidas - levaram-me a madrugadas insones e devaneios avassaladores e dores de cabeça (como seriam as dores de parto?); e eu mal partia de um ponto, porque ao me deparar com meus livros favoritos, eu sabia da minha mediocridade e insignificância perante os contos que têm embalado a minha existência.

Procurei a inspiração em filmes, livros, músicas. Tentei encontrar no rosto de desconhecidos algo que trouxesse aquele momento sublime de inspiração - porque é, de fato, como se um sopro divino levasse para longe o ar vicioso da minha condição ordinária - mas tudo em vão, as palavras simplesmente escapuliam do meu alcance.

Então quedei-me pensando na real essência da inspiração: de onde vem, para onde vai, por que alguns escolhidos são agraciados com o seu toque. Sentia-me quase como Prometeu, que roubara o fogo sagrado dos deuses e o trouxera para o mundo, quando tentava enveredar pelos caminhos sinuosos da palavra, e tentava e tentava e falhava em vários momentos.

E de tanto pensar e ponderar, das várias coisas que li e estudei (tão pouco, tão superficial!), do tanto que tenho peregrinado em busca da genialidade dos meus mestres, acabei sem encontrar uma solução que fosse. E, no final, o que tenho por companhia não é a esperada inspiração, mas apenas uma compulsão descontrolada, que me levou a escrever estas linhas sem que alguma epifania me movesse a escrever algo original.



(Escrito em 14/08/2008 e que tem definido tão bem a minha atual situação. Volta, Morgana, volta!)

sábado, 29 de março de 2014

Making me up

Costumavam brincar comigo, dizendo que aquilo não era apenas uma rotina, mas sim um ritual – e eu era a Suma Sacerdotisa, saudando um novo dia em seu templo sagrado. Todos os objetos cuidadosamente dispostos sobre a penteadeira, inclusive o espelho de aumento, amplificando muitas e muitas vezes os detalhes que o tempo esculpiu em meu rosto. Louvo cada pé-de-galinha, cada linha de expressão, por serem lembretes dos anos bem vividos e também dos problemas e dificuldades enfrentados. Sou Gaia, filha do Caos, e também aquela que gerou Cronos.

Com o adstringente, limpo todas as impurezas que se acumulam em cada poro, todos os comentários infelizes e acusações infundadas que são atiradas a todo momento contra mim. Nada disso me pertence mais e a sensação de limpeza renova-me. Sou uma tela em branco, virginal, pronta para me transformar em arte. Sou Perséfone, deusa da primavera, mas também aquela que comunga com o submundo.

Pouco a pouco, as pequenas manchas e máculas são disfarçadas e encobertas. Não o tempo todo e nunca por completo. Sinto uma estranha satisfação em contemplar as assim consideradas “falhas”. Abençoo as minhas imperfeições, abraço a minha mortalidade trágica à busca incessante pela juventude fugaz. Com traços firmes, os olhos são delineados em preto. Preparo-me como uma rainha amazona ante sua próxima batalha. Sou Atena, portadora da égide divina; sou Diana, a donzela caçadora; e também sou Morrigan, a rainha fantasma.

Embora trabalhe com leveza, a mão aplica uma sombra escura sobre as pálpebras. Quero infligir a ira divina no coração dos homens, perturbá-los com o meu olhar incoerente. Carrego os mistérios do oculto, das verdades imutáveis e não-ditas, dos desejos secretos, escondidos sob uma fina camada de pó de estrelas. Sou Nimue, a dama do lago; sou Hécate e sou Ísis, senhoras da magia.

Por fim os lábios, rubros rubros rubros. Enrubescidos como sangue, como fruta madura, como o desejo latente pulsando em cada célula irrequieta. O toque macio da pintura é como a carícia de um amante, deixando a sua marca visível aos olhos do mundo por breves e deliciosos momentos. Sua paixão estampada em mim é tão envolvente quanto os amores de Vênus e tão atemorizante quanto Kali, a destruidora. Porque evoco em mim o que há de encantador e terrível.

Armo-me para enfrentar o mundo diariamente, enfeito os cabelos presos com pedras brilhantes, colorindo o rosto com a minha pintura de guerra. Para me definir, para me agradar, me enamorar. Porque sou mulher e pertenço a mim, somente a mim. E isso me basta.


(Escrito em 26/03/2014 e faz parte da série "coisas estranhas que a senhoura dona jéssica pensa de manhã muito muito cedo".)

segunda-feira, 17 de março de 2014

#Music Monday: Come on Eileen (Dexys Midnight Runners)



Porque ouvi essa música no desescute e estou com ela na cabeça desde sábado. E é da trilha sonora da adaptação de "As vantagens de ser invisível", que é um dos meus filmes favoritos sobre adolescência e angústia juvenil. E a cena que toca essa música é super fofinha. 

domingo, 16 de março de 2014

Garota sozinha procura

Não tinha como ignorar a moça que batia ponto todo dia no estabelecimento.

Ele era um péssimo fisionomista, sempre o fora, e provavelmente sempre o seria. O que podia ser um problema para alguém que exercia aquele tipo de profissão, que dependia da extrema atenção para cativar a clientela. Mas, como ele adorava insistir, havia outros "atributos" que o tornavam competente, e por ora isso lhe era o bastante.

No começo ela só aparecia lá alguns escassos minutos por dia, para uma rapidinha. Ele não lhe dava muita atenção: ele tinha lá a sua freguesia exigente para satisfazer, cada qual com um gosto próprio e peculiar nos sentidos mais únicos.

Ah, o nome?

Não, não, ele não sabia o nome dela. E como dizia o famoso bardo: "o que chamamos rosa com outro nome não teria igual perfume?" 

Ok, talvez ele estivesse ficando um pouco meloso e enamorado demais, mas era preciso ser uma pessoa passional para trabalhar naquele ramo, ou de outro modo não sobreviveria. Quer dizer, claro que sobreviveria, mas acabaria se sentindo mais um objeto, assim como tudo à sua volta.

E sim, ele admitia ser um bocado dramático.

Mas voltemos a "ela".

O que começou com visitas esporádicas ao estabelecimento - que ele não sabia determinar ao certo quando começaram - acabou se tornando uma rotina consistente e impossível de ser ignorada. Mais uma viciada, tsk! Ele queria dizer que era algo romântico e puro, mas do Romantismo a única coisa que havia ali era a apreciação (dizem!) por conteúdos que faziam esquecer a realidade. Ele era um rapaz passional, sim senhor, mas não gostava daquela patifaria de usar subterfúgios para se alienar. Preferia mais os dramas reais do que as irrealidades românticas.

Mas estava sendo duro demais com a pobre mocinha: vai saber que tipo de carências ela tinha, não é? Cada qual com seu cada qual, como o falecido avô sempre recitava.

Como já dito, ele era péssimo fisionomista. Não se lembrava se era morena ou ruiva, a cor dos olhos, nem nada fisicamente marcante. Era como se fosse uma entidade, sem rosto, apenas uma presença constante e silenciosa, sem laços que a prendessem a nada. Contudo, ele era bom em definir personalidades através de pequenas pistas. E também tinha um certo faro sherlockiano (amador e rústico, meu caro Watson!) que contribuía para o seu hobby favorito. Ele queria... ou melhor, ele precisava entender o que levava aquela moça a tal antro, todos os dias, se era romance ou aventura, se almejava um sentido filosófico ou místico, sempre buscando algo que provavelmente nem ela mesma sabia o que era.

Ela saía sempre com um novo amante e, por pouco tempo, isso lhe bastava. Entretanto, ainda não era o Escolhido, aquele que teria um lugar cativo em seu quarto e em sua vida. E em breve retornava ao estabelecimento, olhos brilhantes e respiração suspensa, talvez achando que naquele dia seria capaz de encontrar algo que a enamorasse por um período mais longo que alguns poucos dias. 

Depois de semanas de observação cuidadosa ele ainda não sabia como a conquistaria. Ela flertava com tudo o que seus olhos capturavam, tocava e sentia o aspecto físico de seus amados através de carícias dissimuladas, mas não ia além. Não tinha pressa. Era como um peregrino que vagueia durante anos em busca do seu Graal, sem se importar com a demora - a jornada em si era o que importava.

Um dia teria a sua estória, o seu romance ideal. Um dia teria algo que finalmente marcaria e acompanharia a sua vida para sempre. 

Porque ela simplesmente não se importava por amar o ficcional.


(escrito inicialmente em 18/08/2011 e reescrito um bocado de vezes. e que só está sendo publicado por causa da betagem pontual da Dani, que deu uma melhorada significativa no texto.)

segunda-feira, 3 de março de 2014

#Music Monday: Rubber Soul (Beatles)



Seguindo o meu projeto de ouvir um álbum dos Beatles por vez para conhecer melhor a discografia de uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. E que amor é passar a segunda-feira de carnaval ouvindo "Rubber Soul"!

Lado A
1. "Drive My Car"
2. "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)"
3. "You Won't See Me"
4. "Nowhere Man"  
5. "Think for Yourself"
6. "The Word"  
7. "Michelle"
Lado B
1. "What Goes On"
2. "Girl"  
3. "I'm Looking Through You"
4. "In My Life"  
5. "Wait"  
6. "If I Needed Someone"
7. "Run for Your Life"


Menção honrosa: "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)", "Girl" e "In my life".

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Clube do Livro Leitores Anônimos: "Cira e o Velho" (Walter Tierno)




O projeto "Clube do Livro Leitores Anônimos", criado pela Milena (blog Memories of the Angel) e a Daniele (blog Olhos de Ressaca), tem como objetivo convidar autores para um encontro com os seus leitores a fim de discutir uma de suas obras. O primeiro convidado será Walter Tierno, autor de "Cira e o Velho" e "Anardeus", ambos publicados pela Giz Editoral, para um bate-papo sobre "Cira e o Velho". 

Como já sou leitora e fã dos livros do Walter, com certeza estarei lá. E dou apoio total ao evento, já ficando super ansiosa para saber quais serão os próximos convidados.


*Para quem não tem o livro não precisa se preocupar. A editora vai fazer um preço muito bacana para cada leitor. É só entrar em contato com giz@gizeditorial.com.br falar que vai participar do clube do livro e você leva pela bagatela de R$ 23,90 já com o frete.

**Não perca tempo. Já peça seu livro e leia. Tem mais de 1 mês para ler e vir participar conosco dessa tarde divertida.

***O bate papo será realizado no dia 15 de março às 15h00 na Starbucks da Rua Haddock Lobo, 608 no lado do metrô Consolação.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

#Music Monday: Mauricio (Legião Urbana)

"Me sinto tão só e dizem que a solidão até que me cai bem"




"As Quatro Estações" é o meu álbum favorito do Legião Urbana por motivos de apego emocional e, honestamente, durante anos "Mauricio" foi a música com que mais me identifiquei. 

E tem essa versão linda, ao vivo, com um cadinho de Beatles pra deixar ainda melhor e que marca o sentimento dessa segunda-feira.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

"Mas a menina não quer casar?"

Estou mais próxima dos 30 do que dos 20 e, com uma certa frequência, tenho escutado comentários preocupados sobre a minha solteirice. Na maioria das vezes esses comentários são feitos à minha mãe por pessoas perplexas com o fato de eu continuar "sozinha".

"Mas a menina não quer casar? É tão bonita, tão inteligente! Devia arrumar alguém!".

Tento manter a calma nessas horas. Tento pensar que são pessoas que querem me ver bem e que, na sua concepção de vida, acham que seguir o roteiro "casamento-filhos-família" é a fórmula certa para a felicidade. Tento relevar, não me importar com a ansiedade que os outros sentem em relação ao meu relógio biológico, afinal, estou envelhecendo (26 anos de idade e sou velha, vejam só!).

Juro que tento.

Mas está ficando cada vez mais difícil não soltar uma resposta atravessada.

Entendam uma coisa, amig@s: eu não sou contra o casamento tradicional. Para falar a verdade, pouco me importa o modo como as pessoas escolhem viver suas vidas. Se querem um relacionamento ou não, se preferem se dedicar a outras coisas, se preferem criar gatos ou sei lá mais o que.

Honestamente, o que eu quero é que cada um viva como lhe aprouver e ser feliz assim. O melhor para você pode não ser o melhor para mim, isso é um tanto óbvio.

Estou em um bom momento da minha vida como há muito tempo não vivenciava. Estou tranquila em relação a várias coisas, mas ver esse tipo de pressão muito tem me incomodado. Pelo simples fato de ser mulher e precisar ter um companheiro comigo. Como se somente isso validasse a minha feminilidade. Porque não importa se estou indo bem na minha carreira profissional, se tenho crescido como indivíduo, se tenho conseguido conquistar coisas pelo meu próprio mérito.

Porque nada disso importa já que só vou ser completa, como mulher, quando eu tiver um homem. Porque a sociedade ainda exige isso de mim. Porque a mídia ainda me enfia, goela abaixo, que eu preciso ser tudo aquilo que não sou para ser perfeita. Porque as pessoas ainda acreditam que só vou ser feliz assim.

Quanta bobagem, meu povo. Quanta bobagem!

(Que hoje eu tô meio implicante, hoje você deu azar!)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

#Music Monday: Teardrop

Love, love is a verb 
Love is a doing word 
Fearless on my breath


Acordei com essa música na cabeça hoje, que é do Massive Attack e ficou bem famosa por causa da abertura do seriado House M.D., que eu costumava assistir com uma certa frequência:



E preciso mencionar um cover lindo do José González, que descobri não sei como há alguns anos:



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Mais-que-(im)perfeito

"It's better burn out than to fade away..." escreveu Ela na página dele em uma rede social. Como se fosse um desafio, uma provocação bem direcionada aos constantes comentários oblíquos que ele costumava lhe deixar.

Toda Ela era um imperativo. Não daqueles que são negativos, implicando uma recusa que ele sabia ser incapaz de dar. Era sempre amo, odeio, venero, fujo, necessito, procuro, desejo mais e mais e mais... Com Ela era sempre tudo muito espontâneo, terrivelmente direto e inexpugnável.

E ele?

Pobre, pobre infeliz, apenas um subjetivo envolto em dúvidas, anseios, sonhos e suas (im)possíveis causas para um amor natimorto.

Por Deus, lá estava ele outra vez falando de Amor, como se soubesse o que quer que fosse do assunto. Conhecia o sentimento exacerbado somente através de filmes, leituras infinitas e das canções angustiadas que embalaram a sua adolescência perdida.

Ensaiou fazer-lhe uma declaração um sem número de vezes. Tantos eram os cenários e situações... 

As fantasias eram as mais variadas: ora Ela o aceitava e retribuía o seu amor, ora lhe respondia com um sorriso indulgente e uma oferta de amizade. 

Mais de uma vez esteve prestes a lhe enviar um dos muitos textos que transpirava em noites insones enquanto pensava nela. Mais de uma vez quase ligou no meio do dia, no momento mais aleatório possível, apenas para dizer que sentia sua falta. Mais de uma vez tentou ser menos ele.

Ele era patético, era essa a verdade.

É que não sabia amar sem que fosse platônico. 

A possibilidade de se expor o aterrorizava sim, era verdade. Mas o que o consternava mais ainda eram as infinitas possibilidades - justo ele, que era dado a fantasias tresloucadas.

Se Ela o aceitasse, era certo que não duraria. Ele era calado demais, ensimesmado demais, estranho demais. Não saberia como compartilhar a sua alma solitária, deixar que ela o enxergasse. Mesmo quando Ela dizia gostar do seu ar de poeta romântico, ele sentia que nunca seria capaz de exprimir um centésimo de tudo aquilo que sentia por Ela, que eventualmente se cansaria dele.

E a possibilidade da rejeição, meus amigos... ah, isso era muito mais do que ele era capaz de suportar.

Por isso permaneceria assim, alimentando-se das migalhas de atenção que Ela lhe dava. Um dia, talvez, ele lhe entregaria o seu coração, para ser usado e manipulado como Ela bem entendesse. Um dia, quem sabe, deixaria de ser um covarde. 

Mas não tão em breve. Não hoje, não agora.

Ainda não estava pronto para abrir mão do seu amor egoísta.


(Jéssica Oliveira - 27/01/2014 - passível de ser reescrito ad infinitum)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

#Music Monday: The Best of Talking Heads - Once in a Lifetime



Colocando em prática uma das minhas "resoluções" para 2014: conhecer melhor mais bandas "antigas" - porque, honestamente, adoro desencavar coisas que me trazem aquela sensação de reconhecimento. E Talking Heads é uma dessas bandas - já acordei um sem número de vezes, nos sábados de manhã, com o meu tio ouvindo isso alto aqui do lado (oun).

Tracklist:


  1. "Psycho Killer" 
  2. "Take Me to the River" 
  3. "Once in a Lifetime" 
  4. "Burning Down the House"
  5. "This Must Be the Place (Naive Melody)"
  6. "Slippery People" 
  7. "Life During Wartime" 
  8. "And She Was" 
  9. "Road to Nowhere" 
  10. "Wild Wild Life" 
  11. "Blind"
  12. "Houses in Motion" 
  13. "(Nothing But) Flowers"
  14. "Love → Building on Fire" 
  15. "Uh-Oh, Love Comes to Town" 
  16. "Sax and Violins"
  17. "Lifetime Piling Up"


Menção honrosa: "Psycho Killer" (vai dizer que não é empolgante todo o "fa fa fa fa fa far bettter, run run run run run awaaaaaaay") e "Road to Nowhere"


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Interregno

E esse calor!

Tudo muito colorido demais. Tudo muito barulhento demais. Tudo muito intenso demais.

Tudo muito tudo demais.

Sinto falta do outono, do cinza, do esmorecer das luzes, das longas noites de espera.

Sinto falta de sentir tua falta.

Não dá para escrever angústias fingidas assim.