quarta-feira, 9 de julho de 2014

Resenha: O Chamado do Cuco, Robert Galbraith


Sinopse: Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso.

Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega.

Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P.D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios. (Fonte: Skoob)


Adoro romance policial. Gosto da atmosfera, o construir de possibilidades e seguir as pistas junto com o próprio detetive da história. Sou apaixonada mesmo, embora não tenha lido tanto quanto gostaria. Quando soube que a Rowling, sob o pseudônimo de Robert Galbraith, escreveu um romance policial, tive lá os meus receios - ainda é difícil não associá-la ao universo potteriano, principalmente por ter recebido críticas divididas em relação ao seu primeiro romance "adulto", Morte Súbita. 

Mas fui seduzida pela narrativa de O Chamado do Cuco logo nas primeiras páginas. 

O enredo não tem nada de mirabolante: a modelo Lula Landry cai da sua sacada e o irmão adotivo dela não acredita ser um suicídio, mas que alguém a assassinou. Contra as certezas de todos próximos a Lula, John, o irmão adotivo, contrata os serviços de Cormoran Strike, um veterano de guerra com um passado (e presente) conturbado, que acaba encontrando na secretária temporária Robin a sua contraparte, que consegue enxergar coisas que ele não vê e improvisar maravilhosamente bem.

E foi aí que me apaixonei de vez pelo livro, porque a construção de todos os personagens é fantástica. Cormoran tem uma complexidade única e, como todo bom detetive, tem um código de ética que lhe é muito próprio. O seu modo sistemático de investigação é interessante, pois muitas vezes ele deixa as coisas fluírem de certo modo que as informações acabam lhe sendo entregues. Já Robin tem todo um maravilhamento pelo trabalho do detetive, mas agindo quase como o anjo da guarda dele na maior parte do tempo. Simplesmente adorei os dois.

Conforme embarcamos no universo de Lula, descobrimos mais sobre o seu passado e o seu relacionamento complicado com as pessoas que a cercavam. Há uma atmosfera sufocante por conta da constante perseguição dos paparazzi, a preocupação com a imagem a ser transmitida e com o status a ser mantido, de um jeito ou de outro, por cada um dos personagens. E Londres é o cenário perfeito para essa história, com seu clima cinzento e pesado.

Como disse, o enredo em si é até bem simples. Contudo, a graça toda é desconfiar de tudo e de todos, tentar enxergar pistas e detalhes em cada cena, cada diálogo, e interpretar as intenções de cada figura que vai sendo apresentada. Formulei um sem número de teorias durante a leitura, mas que se provaram completamente erradas quando o mistério todo é solucionado. E que fez o meu queixo cair, porque me surpreendeu um bocado.

Fiquei agradavelmente surpresa com este primeiro livro de Robert Galbraith (vulgo J.K. Rowling). Sei que outros virão e com certeza vou acompanhar mais a dupla Cormoran e Robin.